A resistência no processo de disseminação de conhecimento, sobretudo por parte da academia, versava principalmente em quesitos como: aderência do aluno, evolução digital dos professores e das instituições, e alguns muitos outros pontos que em sua maioria caíram por terra sem direito a chance de vacina, a partir do COVID-19.
Literalmente da noite para o dia, instituições de ensino viraram o centro das atenções pois foram obrigadas a se adequarem, e por meio das TICs (caso ainda ainda não tenha se familiarizado, é apenas o uso de meios técnicos e tecnológicos para comunicar ou entregar informação) ser a ÚNICA forma em escala Global de continuar suas atividades.
É interessante destacar que a cadeia de produção envolvida não inclui somente as instituições que precisaram ceder, e sim, a ponta mais importante que é o aluno, que mesmo com pré-conceitos ou aversão a modalidade de aprendizagem para dar continuidade em receber conhecimento precisa se adaptar, e também ao professor, figura máxima na cadeia de transmissão do conhecimento e responsável por domar o equilíbrio presencial de quem precisa de um acompanhamento de perto, através de ferramentas em sua maioria desconhecidas por produtor e consumidor, mesmo as mais populares como PDF, Slides, Arquivos de áudio (podcast para quem já está familiarizado), Videoaulas (o que mais se aproxima da experiência de sala de aula presencial) e outros…
O resultado, apesar da quarentena já parecer que estamos a alguns anos confinados é positivo para alguns, em processo de adaptação mesmo que forçado para muitos, e também para muitos, desastroso.
Invertendo a explicação, digo desastroso porque não temos estrutura de rede a nível Brasil para comportar o consumo de dados, nossa estrutura tecnológica é cara e inacessível para a maior parte dos estudantes, os mais novos sabem utilizar com clareza mas não possui suporte de como se concentrar e ter a disciplina necessária para a aprendizagem individual, e não em um coletivo. Para os que estão em processo de adaptação, a dor é menor pois a conscientização veio rápido, instituições ou lançam mão das opções ou não tem a menor possibilidade de fazer planejamento financeiro para os próximos meses, alunos terão seus ciclos interrompidos e professores que não entenderem que a saída é investir em infraestrutura e conseguem ter clareza que as mudanças e quebras de paradigmas custam caro para todas as classes, só um exemplo ? Para quem a um tempo atrás perdeu o emprego e virou Uber precisava dar conta de ter um carro. E por último aqueles que se adequaram rápido, dificilmente já não estão em processo de mudança de modalidade (quando possível)!
Um problema me preocupa demais, e está tirando o sono de Gestores EAD, TICs não é Ensino a Distância!!! Repetindo: Educação a Distância é diferente do uso de tecnologias para comunicar e transmitir conhecimento! EaD vem de fábrica, é pensado, EaD é comprar um carro com os acessórios instalados para ter garantia. TICs é quando você sabe que o rádio custa mais barato no mercado livre, e contando com a instalação vai ter uma boa economia para pagar o seguro.
Então TICs não funcionam ?
Claro que sim! Principalmente se planejada e a partir de agora todas as instituições de ensino DEVERIAM planejar como vão continuar oferecendo mesmo depois da tão sonhada normalização de tudo, é irreversível não utilizar um repositório de conteúdo para que alunos possam fazer suas revisões, se prepararem melhor antes e depois, afinal, teremos um legado forçado para quem continuou que foi os investimentos realizados.
Professores adequaram seus materiais, outros montaram micro-estúdios, Instituições investiram recursos para liberação e alunos entenderam como o processo funciona. Perder este legado, é jogar fora o sonho de transformação e inclusão digital que demoraria alguns anos e esta sendo forçadamente trazido a tona em meses ladeira abaixo.
A questão e grande problema é a confusão que por falta de preparo e organização, conteúdos de sala de aula, estão sendo jogados aos alunos, sem o mínimo de cuidado do óbvio: Meu PowerPoint de sala de aula tem a minha explicação, se eu disponibilizar ao aluno sem uma explicação antes ou depois, ele não entenderá nada! E daí os suportes técnicos e atendimento ao cliente não tem o que fazer.
O grande dano, é que, poderíamos acelerar o processo de mudança de cultura, sem extinguir o que nunca poderá ser extinto, que é a presença e o contato, para transmissão do conhecimento, mas trazendo o grande benefício que o EaD possui, que é a velocidade de transmissão, comunicação e suporte, agora qualificado e direcionado.
Vamos pegar o exemplo da Telemedicina, que agora, mesmo que por hora, foi regulada e permitida, demonstra que procedimentos que exijam exames, ou consultas mais avançadas, vão continuar ter a necessidade do agendamento, de visita pessoal, porém, é fato que este modelo pode tirar muita gente da fila de atendimentos e acelerar processos. São vidas, EU SEI! Mas quanto a qualidade ? Assim como qualquer profissional, quem pune é o mercado e se você não tiver um bom atendimento no consultório, não ira voltar lá! Da mesma forma que no exemplo e contexto aqui apresentado, não são todos os tipos de consultas e obviamente não seriam todos os conteúdos e conhecimentos que seriam realizados no modelo Digital, mas está provado que é possível.
A meses atrás, o conceito de TICs era pouco discutido principalmente em instituições de ensino superior, hoje, eu vejo que para quem ainda não oferta parcialmente seu conteúdo na modalidade EaD, é a grande ponte para que isso seja possível com o máximo de qualidade.
Abraço e até a próxima,
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