EAD – Muito mais que aula online

EAD – Muito mais que aula online

A educação é a pauta do momento. Com a suspensão de aulas presenciais devido à pandemia COVID 19, Escolas e Universidades recorreram ao ensino online (remoto) para dar continuidade ao ano letivo e não prejudicar o aprendizado de milhares de pessoas, dentre elas, crianças, jovens e adultos.

Essa mudança está exigindo adaptação por parte dos alunos e principalmente dos professores. É chegada a hora de profissionais da educação provarem, inclusive para si mesmos, se estão atualizados, interados ou até mesmo interessados no novo formato da educação. E é hora do aluno (e responsáveis) compreenderem que a única saída para a educação não parar é seguir através da tecnologia e se entregarem à essa experiência.

Dúvidas de todos os lados…Professores querem saber o quê e como fazer. Já Para o aluno e responsáveis (aqueles que pagam as mensalidades) os questionamentos giram em torno de: “se meu filho está estudando de casa, através de EAD, por quê a mensalidade não é mais barata? ” Outra pergunta frequente: “Estou estudando EAD e não estou aprendendo nada…meu professor não está dando aula direito…”

Para responder todos os lados (Professores, alunos e responsáveis) é necessário mostrar as diferenças presentes nas metodologia de ensino utilizada no momento, e já digo de primeira que:

  1.  Professor, nesse momento o senhor não está dando aula EAD.
  2. Aluno, nesse momento você não passou de um ensino presencial para EAD.
  3. Responsável, nesse momento você não está pagando uma modalidade EAD, seja ela Graduação, Ensino fundamental, médio ou qualquer outro.

Estamos passando por um período nunca visto antes pelas gerações envolvidas diretamente. A situação é emergencial, e para isso, adaptações precisaram ser feitas. As instituições que estão oferecendo o ensino através da internet, em sua maioria, nunca trabalharam com a modalidade EAD, que necessita de muito estudo, planejamento e autorizações do MEC para funcionar.

Mas afinal, o que é EAD e qual a diferença para aula online?

A sigla EAD significa ‘Educação a distância’. Esse termo descreve uma modalidade de ensino no qual o aluno não se encontra, fisicamente, em uma sala de aula tradicional. As aulas são ministradas e assistidas remotamente, podendo ser em tempo real ou não, em formato de aulas gravadas e conteúdos em apostilas virtuais, onde o aluno assiste às aulas por meio da internet podendo utilizar computadores, tablets e até mesmo celulares, mas…

Engana-se quem pensa que EAD termina por aí.

Na EAD, para tudo funcionar e acontecer o aprendizado eficaz, são feitos planejamentos minuciosos, cronogramas fechados, além de ferramentas para aferir métricas, aproveitamento de cada aluno, frequência em aulas, dentre outras séries de ítens que mostrarão resultados de avaliações. A EAD precisa de apoio de tutores de forma atemporal, carga horária diluída em diferentes recursos midiáticos e atividades síncronas e assíncronas. Além disso, todos os materiais disponibilizados aos alunos precisam ser pensados e padronizados, sendo eles uma apostila virtual, videoaulas, infográficos e materiais complementares, o que leva um vasto tempo de produção e professores capacitados.

Com isso, fica claro que Para o professor fazer um bom conteúdo de EAD, não basta transferir o conteúdo do modelo presencial para o ambiente virtual.

O ensino online oferecido atualmente durante a pandemia do Covid-19 apenas se parece com a metodologia EAD no que se refere a uma educação transmitida pela tecnologia (aulas através do computador), mas os princípios são os mesmos da educação presencial. Não existia um plano de contingencia educacional ou administrativo para casos assim. A maioria das entidades educacionais brasileiras não estavam preparadas tecnologicamente e nem seus professores capacitados para tal. Com isso, adaptações em diversas plataformas de EAD foram necessárias, como a utilização do AVA (Ambiente virtual de aprendizagem) como um repositório de materiais em PDF ou links de videos do youtube. Sabemos que um AVA pode proporcionar muito mais aos alunos como interações, videoaulas, forum de discussão, entre outros, mas neste momento emergencial, funciona como um simples canal onde professores podem publicar seus conteúdos.

O maior desafio desse ensino online de emergência recai sobre os Professores. Como criar conteúdos, adaptar as dinâmicas de sala, as avaliações, sem prejudicar o processo de aprendizagem? Como manter os alunos interessados e engajados? O trabalho é ainda mais árduo para aqueles quem leciona em áreas distantes da tecnologia ou que trabalham com a educação básica.

As Escolas e universidades devem oferecer treinamentos de ambientação digital para suas equipes durante o ano letivo, mas é fundamental que, nesse período de quarentena, as equipes de TI (Tecnologia da informação) estejam integralmente disponíveis para auxiliar os funcionários com as atividades remotas.

O ideal é tentar estabelecer um padrão no uso das plataformas de ensino online e das redes sociais pelo corpo docente. Roteiros de aula, exibições de videoaulas autorais, uso de aplicativos para aulas e reuniões em grupos (Zoon, Skype), e a comunicação com os alunos devem ser feitos de acordo com o posicionamento de cada instituição. É importante que as turmas também estejam cientes dos formatos adotados e possam dar feedbacks às instituições do que pode ser melhorado.

O mais importante de tudo é que todos os lados tenham consciência de que isso será temporário, mesmo que por tempo indeterminado. As instituições que irão continuar cobrando a mensalidade têm obrigação de dar o conteúdo aos alunos de forma remota, entretanto, isso não faz dela uma instituição credenciada EAD. As aulas online são a forma encontrada para que um ano letivo não seja perdido. Cabe ao Professor se adaptar e se empenhar para chegar o mais próximo possível do que ele fazia nas turmas presenciais. Cabe ao aluno aceitar as adaptações e aproveitar ao máximo o conteúdo disponibilizado, levando sempre seu feedback no que pode ser aprimorado.

Se cada um fizer a sua parte, a educação não irá parar, o ano letivo sera cumprido e ninguém sairá no prejuízo. Quem sabe, em um futuro bem próximo, não exista mais o termo “educação online emergencial” e poderemos chamar de forma eficaz de EAD o aprendizado via internet.

Tomara!

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